segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Má notícia: sofri um acidente

Olá amigos, espero que estejam bem!
Em primeiro lugar gostaria de agradecer por continuarem a acompanhar meu Blog, isso é um grande incentivo para continuar compartilhando um pouco da minha história no motociclismo.
Infelizmente meu post de hoje é um paradoxo de duas faces: sofri um acidente, mas que pela graça e proteção de Deus não foi pior do que está sendo. Acreditem, por muito pouco mesmo não foi pior!
É lógico que toda essa retórica não deve esconder a indagação “mas o que aconteceu afinal?”.
No dia 28 de setembro fechei negócio com o “Trator de Chumbo” em uma nova moto.
Sim, estou de máquina nova! Depois eu postarei isso detalhadamente, por enquanto é uma surpresa para vocês alimentarem e fantasiarem a imaginação: que moto será essa? Para saber continuem acessando o Blog e não percam os próximos posts. (risos)
Voltando aos fatos, como eu trabalhava no dia 29 deixei para pegar a moto nova no dia 30 de setembro, quando saísse do trabalho.
A noite foi muito turbulenta no trabalho, muito agitada e por isso não consegui dormir nada. Imaginem o sono, cansaço e stress que eu estava quando saí do trabalho...
Ao sair do trabalho só passei em casa para tomar um banho, trocar de roupa, depositar parte do pagamento da moto e pelas 10:30 já estava na concessionária retirando a máquina (ah, já tem até nome, mas essa é outra surpresa! Não percam os próximos posts!).
Foi tudo de bom, retirar minha primeira moto zerada da loja, tudo nela é diferente: som, motor, comportamento, desempenho... tudo.
Passei no DETRAN para dar entrada nos papéis, cheguei em casa, mostrei a nova máquina para meus pais, que gostaram muito dela por sinal, almocei e dormi até umas 16h00min. Quando acordei tive a “brilhante idéia” de mesmo com sono voltar até a concessionária para instalar o bauleto nela.
Não acredito muito nessas coisas de premonição, pressentimento... mas antes de sair com ela de casa eu ainda pensei: “eu mesmo posso instalar isso aqui em casa”. Mas fiquei com medo de afetar a garantia dela...
Antes de sair minha mãe ainda perguntou: “precisa instalar isso ainda hoje?”. Adivinha se o “cabeça dura” deu ouvidos?!?!
No caminho ainda estava me sentindo mal, como se algo estivesse por acontecer...
Quando cheguei na concessionária, desliguei a moto, desci, tirei o capacete, conversei com os funcionários, quando voltei para buscar a moto para por dentro da oficina pensei em montar na moto e tudo, mas resolvi empurrar ela para dentro (esse foi meu primeiro grande erro).
Na porta tem uma rampinha e eu tinha me esquecido de subir o “pezinho” da moto, por isso ela encostou na rampa, perdi o equilíbrio dela e ela começou a cair!
Super cuidadoso como sou tentei puxar a moto, mas pelo peso dela eu não consegui...
Nesta micro-fração de segundo tentei me apoiar com a mão esquerda na parede da porta da loja para não cair e conseguir segurar a moto. Aquí cometi mais um erro, e esse foi talvez o mais grave de todos!
Quando olhei a moto no chão pensei comigo mesmo: “não acredito, que droga, nunca derrubei uma moto na vida e quando derrubo nem montado nela eu estava...!!! Tentei me apoiar e mesmo assim ela caiu! E isso com apenas 15 quilômetros rodados”.
Foi então que senti uma dor na mão e quando olhei não acreditei! Cortei profundamente a mão esquerda! Enxerguei os ossos dos dedos se mexendo lá dentro da minha mão, alguns tendões e muito sangue jorrando! Muito mesmo!
Pensei comigo: “mas porque eu me cortei?
Depois de sentar olhei melhor na porta e entendi por que apoiar na porta foi o maior erro de todos dessa seqüência: a porta é daquelas de ferro, de rolar para cima... na parede fica a canaleta por onde ela desce e minha mão foi bem em cima dela!
Saí rasgando a palma da mão por mais ou menos 1,60 metros, de cima a baixo, com meus 75 quilos somados aos 157 quilos da moto! (232 quilos de pressão da mão sobre a canaleta afiada de ferro).
Dá para acreditar que depois disso ainda perguntei: “estragou minha moto”? Só eu mesmo...
Minha sorte é que os funcionários da concessionária pareciam já estar esperando algo acontecer, em pouquíssimos segundos apareceu um deles com uma flanela que me fez uma compressa para estancar o sangue. Imediatamente ligaram para os bombeiros (que fica a uns 500 metros de lá) e rapidinho me atenderam.
Como perdi muito sangue, cheguei ao pronto socorro com a visão turva, sede e falta de equilíbrio.
Chegando lá o médico estava ocupado e demorou uns 5 minutos para que eu fosse atendido.
Enquanto isso eu fiquei gemendo de dor! Muita dor mesmo! Confesso que só não chorei por que homem não chora! E estou falando sério.

“Homem não chora nem por dor, nem por amor...
Esses meus olhos vermelhos e molhados é só dos olhos pra fora
Todo mundo sabe que homem não chora!”
(Frejat – Homem não Chora)


Depois de me examinar por alguns minutos o médico, em silêncio, conduziu minha cama do ambulatório para o centro cirúrgico.
Nesse trajeto pensei comigo mesmo: “Ih, to lascado! A coisa é séria mesmo!”.
No centro cirúrgico um ortopedista que estava em plena cirurgia, parou para observar minha mão, após uns testes ele constatou que nenhum tendão havia se rompido. (Louvado seja Deus!)
No trajeto de retorno ao ambulatório parece que rodou um filme da minha vida! Lembrei de tantas coisas, pensei em tantas coisas que poderiam mudar na minha vida se eu perdesse os tendões... e também em tantas coisas boas que eu poderia fazer e não estou fazendo...
Pelo ângulo do corte os tendões eram para ter sido arrancados fora, pois a palma da minha mão foi cortada do centro para fora, ficando pendurada!
É claro que lamentei muito com tudo isso que me aconteceu!
Lamentei por saber que ficar com uma baita cicatriz na mão!
Lamentei por estar até hoje impossibilitado de fazer um monte de coisas, devido à recuperação lenta!
Lamentei por ter dado uma arranhada na caixa do painel do meu brinquedo novo!
Lamentei pelo arranhão de quase 1 cm no tanque da motoca!
Ainda estou lamentando por estar morrendo de vontade de passear na moto nova, mas fico só na vontade!
Mas tenho algo que me consola diante tudo isso:
Louvado seja Deus por que tudo isso poderia ser infinitamente pior!
Com uns R$200,00 arrumo a motinha e deixo-a intacta como saiu da loja!
E pela violência da virada (caí em cima dela) era para ter quebrado as duas laterais por completo!
O arranhãozinho do tanque parece que nem chegou na tinta! (uma aplicação de verniz deve resolver tudo!)
A minha mão está se recuperando bem!
Vou poder voltar ao trabalho novamente!
Vou poder dirigir novamente!
Vou poder tocar novamente!
Vou poder fotografar novamente!
E de tudo isso aprendi ainda três lições:

Primeira Lição: Não tenha pena de investir em equipamento de segurança!
Não importa a cilindragem da sua moto! Vale à pena mesmo! Aquelas críticas de que só é harmonioso usar equipamentos sofisticados em motos de grandes cilindragens é a maior ignorância, a maior insensatez que uma pessoa possa dizer!
Uma queda machuca e pode até matar tanto em motos grandes ou pequenas!
Não importa o tamanho da sua moto! Invista em equipamento de segurança!
A segurança do seu corpo vale muito mais que 2 ou 3 mil reais!
Estou sentindo isso na pele!
Ao invés de usar esses R$2.000 para trocar de moto, faça um favor para você mesmo: fique com a moto antiga por mais uns meses e compre um bom equipamento!
A moto você troca, mas seu equipamento, se bem cuidado, continuará com você por muitos anos!
Depois postarei meu equipamento aqui para vocês verem como tudo isso poderia de fato ser evitado!

Segunda Lição: Em virtude do aprendizado da primeira lição...: Seu equipamento é pra ser usado!
Aquele pequeno trajeto que você faz de casa até o posto, somente para abastecer, pode ser fatal!
Talvez a maior imprudência que cometi nesse acidente é de possuir todo equipamento de segurança e só por que o trajeto não era de auto-estrada deixei o equipamento guardado em casa!
Tenho certeza que se estivesse usando pelo menos minhas luvas isso não teria me acontecido!
Não acredito que apesar da experiência que tenho, de tantas estradas, quilômetros e viagens, cometi uma falha desse tamanho!
Mas é aquela, vivendo e aprendendo! Não sigam meu mau exemplo desta ocasião! É algo que não vou repetir novamente!

Terceira Lição: Use o bom senso para ajudar!
Agora entendo por que aqueles que possuem alguma deficiência física as vezes se irritam quando alguém fica a toda hora oferecendo ajuda em coisas simples!
Enquanto estou contando apenas com uma das mãos estou sentindo isso na pele! Apesar de ser manifestação cordial, humana e de empatia, é bom sempre usar o bom senso!
Por diversas vezes me senti qualificado como um inútil diante algumas ofertas de ajuda...
Não interpretem que estou fazendo apologia a deixarem de ajudar o próximo! Nada disso!
Só estou alertando para o uso de um mínimo de bom senso...
Acreditem! Aqueles que possuem algumas limitações físicas podem ser muito melhores do que aqueles que gozam de plena condição física! Não precisa ficar olhando para eles como se fossem coitados à mercê dos nossos favores.
Observar, calcular e pensar são atitudes sensatas para então educadamente oferecer aquela mãozinha!

Quero aproveitar para deixar registrado aqui alguns registros de agradecimentos!
O primeiro agradecimento com certeza ao meu Deus que me protegeu e me deu uma nova chance de recomeçar! Ele tem cuidado de mim em minha recuperação.
O segundo agradecimento é para aqueles que estão a minha volta todos os dias, pessoalmente ou por telefone, me deixando palavras de força e me fazendo companhia.
Outro agradecimento que não vou esquecer é para dois dos meus colegas de trabalho que correram lá para o hospital na hora que souberam para ver se poderiam me ajudar! (valeu Rosa e Toró! – a Rosa não saiu do meu lado enquanto tudo não acabou!)
Um outro agradecimento que não vou esquecer vem da empatia e humanidade dos verdadeiros amigos que com sua sensibilidade perceberam, através do Orkut, a gravidade do meu acidente! Deixaram mensagens de força e expressando suas preces e orações em meu favor!
Obrigado: Nayara, Juliana, Dora, Suziê, Ju (Cabeção), Evanir, João Paulo, Roberto, Márcia, Antônia, Irene, Nara, Hadassa, Laurecí (Ir. Laura), João Pedro e Ludmila e Cárita.
Obrigado por que vocês fizeram “A DIFERENÇA”! Deus ouviu todos vocês!

Agora vou postar algumas fotos aqui para mostrar a situação de como estava minha mão e como ela está se recuperando... com o tempo vou postando a melhora, ok?
Abraços e até os próximos posts!


Figura 01: Comparativo do ferimeto durante uma semana.


Figura 02: 04/10/09

Figura 03: 07/10/09

Figura 04: 11/10/09

Figura 05: 14/10/09

Figura 05: 14/10/09

Figura 06: 16/10/09

Figura 07: 16/10/09

Figura 08: 18/10/09

Figura 09: 18/10/09


Figura 10: 07/11/09

Figura 11: 07/11/09

Figura 12: estágios de recuperação

Um comentário:

  1. Seus textos são viciantes.

    Graças a Deus não aconteceu o pior com a sua mão. Quem diria. A moto sequer estava ligada e você sofreu um acidente desse tipo. Por isso que é tão relativo essa questão de que motos são perigosas.

    "Dá para acreditar que depois disso ainda perguntei: “estragou minha moto”? Só eu mesmo..."
    kkkkkkkkkk
    Não é só você meu amigo, mas todo motociclista ama sua moto mais que a si próprio.

    Essa questão de equipamento é uma coisa muito séria mesmo. Até críticas eu já recebi por me equipar tanto "só" pra andar numa 150. A questão é que os equipamentos não são função da moto, mas do asfalto. E o asfalto é duro pra todas elas.

    Um abraço.

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