quarta-feira, 21 de julho de 2010

Projeto 2010 – Cidade de Goiás, em Slide Show

Olá Amigos!
Mais uma vez gostaria de agradecer os acessos ao blog, que estão gratificantes!
Esta semana atrasei um pouco os posts por que precisei ir a Goiânia realizar os exames clínicos e médicos da minha posse! Deus vai abençoar que dentro de duas semanas já estou investido do novo cargo e com condições de economizar para alçar vôos mais distantes e ousados!
Ah, e lógico, sempre postarei aqui para vocês!
Por falar nisso, hoje recebi um e-mail muito carinhoso de uma grande amiga, a CaLoL, onde comentou as informações da cidade e das fotografias que fiz, o que me deixou super feliz! (obrigado Carol)
Mas em fim, vamos ao post!
Hoje vou quitar mais uma divida prometida por mim!
Embalado ao som de Steppenwolf, “Born To Be Wild” acabo de terminar de editar o Slide Show com fotos da viagem.
Essa MÚSICA, ou melhor, essa TRILHA SONORA, que marcou gerações, consagrada no filme Easy Rider (Sem Destino), obra da 7ª arte que se imortalizou na década de 60 “Born To Be Wild” (Nascido para ser selvagem) é muito importante para mim; quando estou pilotando e não tem ninguém para me ouvir, gosto de cantarolar ela.
Em fim, espero que gostem!
Enquanto isso estou tentando terminar de editar o roteiro da cidade de Goiás. Creio que todos irão gostar. Está ficando rico em informações e mais rico ainda em fotografias!
Não percam este próximo post. Está ficando imperdível!

Abraços, fiquem com Deus e até a próxima!
Elias Pinheiro




Vídeo 01 – SlideShow do “Projeto 2010 – Cidade de Goiás”

domingo, 18 de julho de 2010

Projeto 2010 – Cidade de Goiás, em HDR

Olá companheiros(as)!
Espero que tenham gostado dos relatos deste viajante nos posts anteriores.
Hoje venho trazer alguns ensaios que fiz em HDR.
Esta técnica não é muito comum, na verdade é relativamente inovadora, e estou realizando meus primeiros ensaios e estudos nela!
O HDR trata-se de um método de renderização que utiliza HDR (High Dynamic Range, ou Grande alcance dinâmico) para calcular a iluminação de cenas computadorizadas com grande precisão e realismo utilizando alcance dinâmico maior.
Uma das principais características da renderização em HDR é que os detalhes na cena com maior índice de contraste são preservados. Sem HDR (ou LDR), áreas da imagem muito escurecidas podem ficar completamente negras enquanto áreas muito claras ficam completamente brancas. Em resumo podemos entender os feitos do HDR em três pontos:
» Áreas brilhantes podem ser realmente brilhantes;
» Áreas escuras podem ser realmente escuras;
» Detalhes podem ser vistos em ambas.
Quero dedicar este post a um ilustre amigo, que tive o prazer de conhece-lo apenas virtualmente, mas que foi graças a ele que pude conhecer esta técnica! Além do mais, a vida dele tem sido um exemplo para mim no que tange a confiança e constante dependência da Graça de Deus. Espero que um dia o trabalho fotográfico deste moço, cujo sua humildade insiste em não deixar ele perceber que é um dos melhores fotógrafos do país, seja reconhecido como realmente merece.
Obrigado Conrad!

Vamos a Goiás em HDR?
Porém devo pedir desculpas pela simplicidade destes exemplares. O esquecimento do tripé não me permitiu uma melhor qualidade, e limitou bastante o número de ensaios. Mas estão aí!

Abraços, fiquem com Deus e até a próxima!
Elias Pinheiro


Foto 01 – Sobrado Monárquico

Foto 02 – Igreja Nossa Senhora da Abadia

Foto 03 – Igreja Nossa Senhora da Boa Morte

Foto 04 – Palácio Conde dos Arcos e Igreja Matriz de Santana

Foto 05 – Igreja Nossa Senhora Aparecida

Foto 06 – Igreja Nossa Senhora Aparecida

Foto 07 – A Luminária

Foto 08 – Casa Colonial

Foto 09 – Igreja de Santa Bárbara

Dia 04 (12/07/2010) – Último dia, já estou com saudades!

Olá Amigos! É com saudade que chegamos ao final de mais uma aventura!
Antes de iniciar meu “relato de viajante” queria deixar claro que este não é o último post sobre o “Projeto 2010 – Cidade de Goiás”, aqui postarei apenas o relatório do último dia de viagem, entretanto ainda postarei outros 3 tópicos sobre a viagem: um Slide Show com as melhores fotos da viagem, uma seção de HDR´s e por último, um guia fotográfico completo de informações e pontos turísticos sobre Goiás.
Existem muitas outras informações e fotografias que não postei ainda, guardei estes trunfos na manga propositalmente para este final.
Portanto, na percam os próximos posts!!! ;^)

Voltemos ao Projeto!

Nesta segunda feira acordei bem cedo, 06:15hs e, apesar de ainda estar espirando os ar de preguiça e descanso que a cidade me proporcionava era hora de retomar o curso normal da vida! As férias chegaram ao seu fim e o dever do dia seguinte me chamava a porta!

Foto 01 – Vista da janela do apartamento 02, no qual estava hospedado

Foto 02 – entrada da Pousada Buriti, parece minha casa

Depois de uma bela chuverada, quente e demorada, me arrumei para o último passeio para me despedir da cidade. Levei algo em torno de meia hora para organizar todas as coisas no bauleto e na bolsa para então partir.
As 07:15hs desci ao refeitório para tomar o último café e bater aquele papo agradável com o Sr. Camilo. Conversamos sobre família, sobre as coisas boas do passado – madrugadas dantanho, parolas de cupinchas velho, sobre a escassez de ócio para o homem que trabalhava na roça e sobre como os valores morais da sociedade tem mudado.
A conversa estava agradável mas tinha que partir...
Precisava abastecer e calibrar os pneus da moto, encontrar alguma loja de equipamentos para motos pois o “gênio” que vos escreve não levou graxa para a corrente da Terezona.
Ah, acabei esquecendo de contar, no dia anterior, em que fui para o balneário Santo Antônio, rodei alguns quilômetros por estrada de chão que estava extremamente poeirenta, poeira que grudou na corrente ressecando-a totalmente e pondo em risco sua integridade numa viagem de alta rotação e grande distância.
Dentro de meia hora estava tudo resolvido! Porem devo alertar que em Goiás só existe um lugar onde se pode encontrar calibrador eletrônico, que fica no outro lado do posto ALE, na GO-070, na primeira via de acesso a cidade de Goiás. O restante dos postos e borracharias só possuem compressor e calibrador manual com “aquela” precisão! E o posto ALE, referido é o único da cidade que aceita cartões de crédito/débito.
Terezona devidamente alimentada saí em direção ao centro histórico com aquele gostinho de “queria ficar mais um pouquinho”.
Me acostumei a estacionar a Terezona na praça central (a tal praça da discórdia histórica) na frente da Fazenda Real por que lá sempre tem gente passando e acabam vigiando ela por mim. Porém a cidade é super tranqüila, a unidade prisional tem uma população carcerário muito pequena, o que reflete o baixo índice de criminalidade.
Ao subir o Centro Histórico encontrei algo que nunca tinha percebido, apesar de passar por lá inúmeras vezes.

Foto 03 – Passo da Igreja da Boa Morte

Fiquei impressionado ao encontrar este Passo anexo a estrutura da Igreja. Talvez esta afirmação não lhes causem nenhum espanto, porém foi algo que me intrigou profundamente!
O Passo nada mais é do que uma capelinha, um oratório construído para que os viajante, bandeirantes e outros pudessem fazer suas preces enquanto estavam passando por algum lugar. O que me admirou é que nunca ouvi falar de um Passo construído por uma igreja; até onde sei, os Passos são construídos por devotos (particulares), de algum santo, na ausência de igrejas, para que ali prestassem seu culto.
Outra coisa que me impressionou é que nem mesmo os funcionários do Museu (que está sediado nas dependências da Igreja) souberam me explicar sobre aquela estrutura, sobre sua origem, função, apenas que atualmente estava sendo usada como “depósito”. Isso é algo que inquieta qualquer historiador! É algo que preciso voltar para pesquisar mais!
Continuando minha caminhada saudosista fui para o Quartel do XX, só em dias úteis que é aberto a visitação e só hoje poderia visita-lo.
Atualmente no Quartel do XX funciona uma escola profissionalizante do Estado, que oferece cursos na área de Informática, Restauração de construções históricas e Gastronomia.
Inclusive os alunos do curso de restauração são amplamente requisitados para restaurarem as edificações da cidade. Eu mesmo conferi o trabalho deles de perto. De muito bom gosto, diga-se de passagem!

Foto 04 – Quartel do XX

Foto 05 – Mureta interna do Quartel do XX

Foto 06 – Parte interna do Quartel do XX

Foto 07 – Em detalhe, espessura da parede da cela destinada aos presos

Foto 08 – Porta de cela destinada aos presos

Foto 09 – Chave da cela

Foto 10 – Trabalho dos alunos do curso de Restauração

Não há como deixar de perceber, na foto 06, a marca do tempo sobre o Quartel. Em detalhe podemos perceber que a água de uma goteira fez na pedra da parede. Se considerarmos que em Goiás só temos 4 meses chuvosos e que nem chove tanto assim, podemos obter a leitura de alguns séculos para que a natureza talhasse tal detalhe.
Outro detalhe é que já havia a prisão militar no Brasil Monárquico. O curioso é que a armação da grade é feito em madeira (Aroeira), unidos a pregos espessos de ferro. Se fosse nos dias de hoje, as “almas sebosas” fugiriam facilmente! Até brinquei com este comentário com a senhora que estava me apresentando o Quartel do XX. Ela afirmou que não iriam... Se ele soubesse minha profissão... Se ela conhecesse aquele “meninos custosos”...!
Adiante do Quartel podemos encontrar o antigo Correio de Goiás. Super interessante que apesar da tecnologia de ponta que podemos contar atualmente o correio parece que nunca será dispensado!

Foto 11 – Prédio dos Correios

Foto 12 – Caixa postal dos Correios

Ainda no distrito de Santana,próximo a Casa de Câmara e Cadeia encontrei uma casinha super simpática. Pena que não tinha ninguém lá, mas de qualquer forma deixo meus parabéns virtuais ao proprietário! Muito aconchegante... queria ela pra mim! (risos)
Da próxima vez que for lá quero descobrir quem é seu dono, quem construiu ela, qual sua história...

Foto 13 – Casinha colonial aconchegante

Me dirigindo ao Distrito do Carmo passamos por uma ponte sobre o Rio Vermelho. Neste caso, ao lado da casa de Cora Coralina. É incrível como existem tantos peixes em um rio tão raso! Dá uma vontade de pescar, adito, mas se eu pegar alguém fazendo isso lá vou ter que dar aquele puxão de orelhas! Deixem os peixinhos! São saborosos mas são ornamentais!

Foto 14 – Piau no Rio Vermelho

Já no Distrito do Carmo me dirigi a Igreja de Nossa Senhor do Rosário, sentei na escadaria e deixei tempo passar...
Não sei se consigo explicar o universo maluco no qual os historiadores vivem, mas fiquei lá sentado, deixando o tempo passar, olhando para aquelas casas antigas, seculares, e tentei imaginar os fatos dos quais elas foram testemunhas ao longo de tantos anos, tentei imaginar as pessoas que passaram por elas, como eram, o que faziam e como viviam as pessoas que viveram naquelas casas. E quantas pessoas devem ter sentado ali naquele mesmo local para fazer a mesma coisa que eu estava fazendo...
Ah se aquelas casas, paredes e a rua pudessem responder com palavras a tantas questões que incomodam minha curiosidade!
Mas fiquei ali, quieto e questionando em silencio apenas a mim mesmo, tentando fantasiar as respostas que na verdade nada mais eram que as respostas que eu desejava ouvir, e não obrigatoriamente coincidentes com os fatos reais da história.

Foto 15 – Igreja Nossa Senhora do Rosário

Foto 16 – Praça e casas que ficam na frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário

Depois de um bom tempo ali sentado, e quase na hora de ir embora, me desconectei do “Fantástico Mundo de Boby” e decidi a me aventurar em encontrar o Chafariz da Carioca, que nunca consegui achar nestes anos que visito a cidade de Goiás.
Passou um senhor de avançada idade pela Igreja e me disse que era bem ali aos fundos da Igreja, perto da casa de Bartolomeu Bueno. Não acredito, tantos anos indo ali e estava bem embaixo do meu nariz?
Mas quando cheguei lá o local estava fechado para reforma restauradora, mas é aquela “história”: Historiador não sabe ler os avisos de proibições e entrei assim mesmo! Quem mandou deixar o portão destrancado?
Após algumas fotografias fui convidado gentilmente a me retirar do local, afinal, segundo o responsável pela obra, poderia haver algum acidente no canteiro de obras.... mas consegui o que eu queria! Fotografias!
O Chafariz do Largo da Carioca foi a primeira fonte pública de abastecimento de água em Vila Boa. Porém não consegui informações sobre a data exata de sua construção, mas sei que isso remonta o século XVIII.
Descobri que hoje o chafariz é cercado por um complexo de lazer criado pela Prefeitura Municipal conhecido como Poço do Bispo, que é um tradicional ponto de banho no Rio Vermelho. Naquele ponto suas águas se encontram em uma posição anterior a entrada da cidade de Goiás e receba poluição.

Foto 17 – Chafariz da Carioca

Nesta altura eu estava todo empolgado com minha façanha e ousei a encontrar mais um ponto turístico que ninguém sabia me informar, que eu tinha conhecimento por meio de um artigo de um professor da faculdade (Prof. Raul). Tratasse do Palácio da Instrução.
O Palácio foi fundado em 1884, passou a abrigar, em 1930, a Escola Normal Oficial. Nessa época, foi reformado e recebeu elementos da arquitetura neoclássica e eclética. Atualmente o edifício sedia o colégio Prof. Jubé.
O que também me impressionou é que nem o CIT nem mesmo os funcionários do Colégio sabem da história deste edifício! Esta foi outra coisa que inquietou minha alma de historiador! Por qual motivo este palácio tão importante foi apagado da memória dos cidadãos vilaboenses? Por que ele não é tratado com a importância que merece?
É algo que só vou descobrir retornando lá para pesquisar isso mais a fundo!

Foto 18 – Palácio da Instrução

Agora era hora de partir!
Fui ao mercado municipal para faze a ultima refeição em terras históricas de Cidade de Goiás! E com estilo! O Mercado Municipal até hoje funciona de forma muito próxima a do inicio do século XX! Com aquele ar de antiguidade e tranqüilidade de seus freqüentadores!
Pense num almoço bom, farto, com variedades e barato! R$ 8,00 para comer a vontade!
Porem eu não exagero em viagens, afinal, a ultima coisa que quero é uma indigestão para estragar minhas férias!
Aconselho sempre a comer as coisas mais simples e que você esteja habituado a comer no dia a dia! Eu particularmente me restrinjo ao bife com arroz e feijão. Só! Nem salada me aventuro a comer, por que, apesar de estar claramente bem preparada e higienizada, pode haver alguma bactéria que pusesse tudo a perder! Maiosenes? Nem pensar!
E nada de exagero na quantidade também, afinal “pança” cheia dá sono e é um risco a direção! Só dirijo com segurança, apesar de gostar de rasgar as curvas, deitando nelas com a Terezona.
Saí do Centro Histórico, almoçado, as 11:30hs e em poucos minutos pus o bauleto e a bolsa na Terezona!
Armada, Abastecida, Calibrada e Preparada a Terezona estava pronta para pegar o trecho, rumo a Caldas Novas! Hora de voltar para casa.
Saí da cidade as 12:03hs e optei por não parar para fotografar no caminho por que queria chegar ainda de dia em casa. E quem sabe, se desse sorte, pegava pouco transito em Goiânia.
A segunda parte do plano não deu certo!
Quando entrei na Anhanguera, já em Goiânia, por volta das 14:01hs enfrentei um transito “infernal”. Levei mais de uma hora para vencer a Anhanguera!
Quando saí de Goiânia já era 15:25, e enfrentando dores nas mãos de tanto trabalhar as marchas dentro daquela cidade. Sem contar com o calor escaldante que estava fazendo naquele tapete preto de asfalto!
Quando saí já estava encharcado de suor e exausto, mas mesmo assim optei por seguir em frente!
Algum tempo depois não teve jeito, estava com o pulso direito doendo e para minha segurança teria que parar para descançar, hidratar com uma boa água e fazer um alongamento na carcaça!
Optei por parar no Restaurante e Lanchonete Pedra Branca, que é um estabelecimento simples a Beira da BR-153, entre Goiânia e Professor Jamil. Simples porém muito aconchegante e com o melhor pão de queijo com lingüiça do mundo!
Fiquei lá por meia hora aproximadamente e era hora de partir!

Foto 19 – Terezona, descansando e pegando ar

Foto 20 – Hora de retomar a viagem

Agora era a reta final do projeto.
Durante aqueles quilômetros restantes me pus a refletir sobre tantas coisas! Porém a reflexão que mais ocupou minha mente naquele momento foi sobre a habilidade do homem.
Interessante como o homem constrói, coisas que insistem em resistir o tempo, mas que o tempo as vence por meio das forças da natureza. Como as construções e inventos do homem evoluem com o tempo, como algo que era moderno, considerado algo de ponta em um momento em outro já não o é mais...
Parecem questões simples, mas que para mim são um tanto complexas e parecem ser mais complicadas que normalmente parecem ser.
Também refleti na pequenez do homem!
Enquanto pilotava fiquei imaginando que o homem não é NADA no mundo. Como eu me senti pequeno sobre a Terezona. Um ser tão pequeno e frágil, por uma medida de tempo, cortando uma porção de distância do enorme planeta.
Imaginei que bastava um mínimo erro naquela direção para perder a vida.
Como Deus é Grande! Me levou e me trazia de volta em segurança, sem nenhum imprevisto
Ao chegar em Casa, as 17:15, cinco horas e quinze minutos de viagem, olhei para os céus e agradeci a Deus por me proporcionar tão grande presente! Fui e voltei sem imprevistos, são e salvo!
Sem falar que alguns meses atrás passei por aquele acidente que poderia ter inutilizado minha mão e nunca mais voltaria a pilotar uma moto!
Ah, e com história para contar para minha sobrinha Geovana! Espero que um dia ela tenha orgulho desse tio que está construindo histórias para contar para ela, quando um dia ela crescer e entender estas loucuras que nós adultos inventamos de fazer em nosso tempo livre.

Ah, a recepção?

A coisa mais engraçada! Entrei na garagem com um buzinaço e aquela festa toda para mostrar que cheguei bem! Imitando a cena de despedida de Che Guevara e seu amigo sobre a “Poderosa”.
Porem, diferentemente, aqui não tinha ninguém em casa!
Ahahahaha
Que mico!
Minha mãe estava para Goiânia, visitando meu irmão que tinha torcido o pé e eu nem sabia.
Meu pai estava para chácara dele cuidando das plantas...
Mas tudo bem, a aventura valeu uma boa história, não acham?

Vamos aos valores surpreeendentes que fiquei devendo?

Distância Percorrida: 715,2 Kms rodados
Combustível: 22,77 litros
Consumo Médio: 31,49 Km/l
» melhor média: 32,56 Km/l
» pior média: 30,42 Km/l
Preço do Combustível: de R$2,59 a R$2,67
Diária do Hotel: R$30,00
Alimentação: média de R$25,00 ao dia

Somatório de Valores:
Hospedagem e Alimentação: R$ 165,00
Combustível: R$ 61,42
Custo Total: R$ 226,42
(R$ 331,36 a menos que imaginei)

Bem pessoal, aqui encerro meu diário de bordo do Projeto 2010 – Cidade de Goiás.
Porém ainda devo os HDRs, o SlideShow e o Roteiro, que serão postados logo logo!
Quero deixar meu agradecimento a todos que acompanharam minha viagem, a aqueles que oraram para que Papai do Céu me protegesse e principalmente a Deus, que me permitiu realizar mais este sonho!
Agora é me preparar para o próximo! Para mais longe e distante ainda!
Encerro este post com uma frase que usamos lá no serviço: “entramos no território inimigo desconhecido e desembocamos a missão! Passa outra que esta foi fácil!”.

Abraços, fiquem com Deus e até a próxima!
Elias Pinheiro

sábado, 17 de julho de 2010

Dia 03 (11/07/2010) – Nem só de História vive o historiador

Olá Amigos!
Sei que esta semana fiquei devendo o restante das postagens sobre o projeto de Goiás, porém por conta da minha dificuldade em organizar o tal do tempo não consegui fazê-lo por que estava muito envolvido com as provas do curso que estou fazendo.
Porém, vou tirar este final de semana para me dedicar exclusivamente a contar tudo sobre a viagem!
Hoje queria começar meu “relato de viajante” com uma imagem, ao invés de palavras:

Foto 01 – Sombra para Terezona e para o viajante

Dizem que “uma imagem vale mais que mil palavras”; se isto estiver correto esta fotografia resume meu 3º dia em Goiás!
Tirei a maior parte do dia para dar descanso para “carcaça” (como chamamos o corpo lá no serviço).
Sou um ser em constante crise de identidade; não sei se sou um historiador que se descobriu como agente, se sou um agente historiador ou se sou um agente que se descobriu como historiador...
Mas o fato é que historiador não tem conserto e antes de me deleitar na preguiça desta rede dei aquela “passadinha” no centro histórico para visitar o distrito de Santana, ao sul da cidade de Goiás.
Acordei por volta das 6:30hs e depois daquele banho, pus uma roupa adequada para encarar o dia e separei algumas coisas no bauleto para passar o dia no Balneário Santo Antônio.
DICA: nestas cidades históricas o dia geralmente é muito quente, por isso use roupas brancas e leves, por isso levei várias roupas claras e aquele “chinelo de dedo”.
Comecei pela parte alta da cidade, ou seja, pela Casa de Câmara e Cadeia, e depois dela fui apenas descendo para visitar o restante do distrito.

Foto 02 – Casa de Câmara e Cadeia

A Casa de Câmara e Cadeia trata-se de uma edificação de estrutura padrão em todo Estado e que reunia a Cadeia da cidade e/ou província, na parte inferior, enquanto na parte superior ficava a Câmara, que abrigava o poder político da antiga capital. Em outras palavras, reunia em um único lugar tudo o que não prestava: os “bandidos” e os “políticos”.
A Casa de Câmara e Cadeia de Goiás foi edificada entre 1761 e 1763, no largo onde se erguia o pelourinho, símbolo da autoridade municipal. A edificação teria sido erguida em local onde existira anteriormente outra, ou segundo outros, resultaria de ampliação da anterior e custou aproximadamente 35,6 Kgr de ouro.
Descendo o a praça do pelourinho podemos visitar o Chafariz e a Igreja da Boa Morte.

Foto 03 – Chafariz da Boa Morte

Foto 04 – Igreja da Boa Morte

Existem muitas explicações sobre a origem do nome “Boa Morte” (se é que existe algo de bom na morte); porém a versão e crença que me pareceu ser mais popular entre os populares da cidade é a de que uma freira que cuidava da Igreja (não consigo lembrar o nome dela), em sua velhice teve a visão de um anjo que lhe disse que seus dias estavam acabando e que ela teria uma “Boa Morte”; pouco tempo depois a freirinha morreu, sem dor, o que foi interpretado como uma Boa Morte.
O Chafariz da Boa Morte é o mais significativo exemplar do barroco de Goiás. Foi erguido entre 1772 e 1778 como parte de um conjunto de providências pendentes para introduzir melhoramentos urbanos em Vila Boa e evitar seu despovoamento, dada a diminuição da arrecadação aurífera. As bicas em seu corpo central abasteciam a população, enquanto dois tanques externos eram destinados aos animais.
Já a Igreja da Boa Morte teve sua construção iniciada pelos militares, mas não puderam concluí-la devido a uma proibição real que os impedia de serem proprietários de igreja. Por isso foi doada à Irmandade dos Homens Pardos e sua construção foi concluída em 1779.
É o único edifício da cidade que apresenta elementos característicos do barroco em sua fachada e desde 1969, a igreja abriga o Museu de Arte Sacra da Boa Morte, que possui imagens sacras de vários autores, com destaque para o artista Veiga Valle.

Foto 05 – Quartel do XX

Entre a Igreja da Boa Morte e seu respectivo Chafariz fica o imponente Quartel do XX. O Quartel do XX é o mais antigo edifício oficial da província. Foi fundado em 1747 com características arquitetônicas típicas das edificações militares do período colonial.
Em Vila Boa diversas companhias formavam sua guarnição militar cavalaria auxiliar, dragões pagos, pedestres, infantaria auxiliar, Henriques e ordenanças, porém ficou conhecido por ser o quartel do 20º Pelotão de infantaria, e por isso ficou sendo chamado de Quartel do XX.
A maior parte da história dos movimentos políticos e sociais do Estado de Goiás passam pelo Quartel do XX e foi dali que saíram os goianos que se juntaram às tropas brasileiras na Guerra do Paraguai.

NOTA: neste trajeto existem muitas casas de personalidades que influenciaram a história da província. Não quero fazer aqui uma história dos dominados e dominadores, longe disso, mas creio que seja importante saber quem já morou nesta região. Porém vou deixar para posta-las na guia histórico que prometi anteriormente. Por isso não percam os próximos posts! (risos)

Mais abaixo chegamos a “praça central do centro histórico”.
Imagino que deve estar se perguntando por que optei de escrever este nome entre aspas e em letras minúsculas!?!?!
Graças ao meu 6º, 7º e demais sentidos de historiador percebi que esta praça foi palco de diversas relações de poder da antiga capital. Porque sinto isso? Pela relações de sucessivos re-batismo da praça com nomes diferentes.
Dentre os diversos nomes que apurei naqueles dias posso relacionar: Praça do Coreto, Praça da Matriz de Santana, Praça Castelo Branco, Praça Dr. Tasso de Camargo e deve haver outros mais que não consegui conhecer...
Mas independentemente de todas estas “brigas” a praça não deixa de ser o centro da parte histórica da cidade! Para tentar ser imparcial não vou dotar nenhum destes nomes na fotografia, vou chama-la apenas de “praça central”, apenas para não tomar partido dessa “briga” que não é minha nem do meu tempo.

Foto 06 – “Praça Central”


Foto 07 – Terezona, na praça, diante o acesso ao Distrito do Carmo

Na frente da tal praça da “discórdia secular” (risos) se encontra o Palácio Conde dos Arcos e a Igreja Matriz de Santana, símbolos do poder político e eclesiástico, respectivamente, da antiga capital de Goiás.


Foto 08 – Palácio Conde dos Arcos e Igreja Matriz de Santana

Foto 09 – Igreja Matriz de Santana

Foto 10 – Interior da Igreja Matriz de Santana

Diz a História (ou seria a lenda?), que em 1742, quando o governador D. Marcos de Noronha, ou Conde dos Arcos, chegou a Vila Boa de Goiás, não encontrou residência disponível e nem sede física para o governo, nem para as diversas repartições e comunica o fato ao rei de Portugal, obtendo, então, autorização para construir o Palácio.
Porém quando obteve o valor orçamentado pelos artífices para a construção achou muito caro e optou por economizar e o governador resolveu adquirir 5 casas geminadas às quais depois de reformadas custaram 9.026 oitavas de ouro, um pouco menos que as 14 mil oitavas de ouro pedidas pelos artífices e oficiais.
Nelas, instalaram-se a Casa de Fundição e respectiva fábrica e mais o Palácio de Governo que receberia o nome de Palácio do Conde dos Arcos. Atualmente o Palácio sedia a administração municipal e abriga o Museu Palácio Conde dos Arcos. Todos os anos, no aniversário da cidade, volta a ser sede provisória do governo estadual.
Já a Igreja Matriz de Santana começou a ser construída em 1743 pelo Ouvidor Geral de Goiás, Manoel Antunes da Fonseca, que resolveu demolir a antiga capela que existia no mesmo lugar para edificar outra compatível com crescimento da cidade. A igreja foi planejada para comportar três vezes mais pessoas que a Catedral do Rio de Janeiro.
Segundo alguns populares, porém nem todos acreditam, que pelo fato de ter sido construída sobre os escombros da demolição da antiga Igreja, esta foi castigada por uma maldição em que boa parte de sua estrutura não consegue segurar reboco em suas paredes.
Diz a lenda, e a História Popular concorda, que bandeirantes encontraram às margens do Rio Vermelho, uma imagem de Sant’Anna e entenderam como uma mensagem divina de que deveriam construir ali naquele local uma Igreja dedicada a Sant’Anna.
É neste ponto que a lenda funde-se com a história, pois parte da população local crê que nova igreja, fruto de ambições sociais, tomava o lugar da vontade divina orientada por Sant’Anna e que depois a Santa castigou a nova construção derrubando e incendiando a nova construção por algumas vezes.
Lendas e crenças a parte, os historiadores afirmam que como a obra fora construída de maneira muito precária, em 1759 todo o seu teto desabou, e a população foi obrigada a arcar com os custos da recuperação. Com uma história de inúmeras reformas e reconstruções, teve seu projeto alterado diversas vezes e só em 1998 a igreja foi restaurada pela Diocese de Goiás em parceria com o IPHAN.

Foto 11 – Casarão

Ainda na “praça central” encontramos este belo casarão, que hoje serve o melhor Empadão Goiano que conheço! Sou apaixonado declarado deste prato típico de Goiás! Todas as noites eu aproveitei para ir lá matar a saudade desta delícia.

Foto 12 – Casa do Bispo

Foto 13 – Igreja São Francisco de Paula

Ao final do distrito de Santana podemos encontrar a bela Casa do Bispo de Goiás. Não são conhecidas a data exata da construção nem os primeiros moradores dessa casa. Sabe-se apenas que em 1909 o lugar foi adquirido por Dom Prudêncio, Bispo de Goiás, passando a ser utilizado como oficina do jornal O Lidador e pela secretaria do bispado. Construída em taipe e adobe, o edifício sofreu várias alterações e reformas ao longo do tempo. No final de 1987 a casa foi reinaugurada, passando a sediar a 17ª Sub-Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Diante a Casa do Bispo encontramos a Igreja São Francisco de Paula. Esta foi a terceira Igreja construída na cidade de Goiás. Tendo sido concluída em 1761, ela é hoje sede da Irmandade do Senhor dos Passos. Sua fachada apresenta a mesma simplicidade dos outros templos da cidade. Os forros, tanto da nave quanto da capela-mor, foram pintados por André Antônio da Conceição em 1869. Esta é uma das igrejas que ainda não consegui ver aberta.

Foto 14 – Mercado Municipal

O edifício do Mercado Municipal foi construído no início do século XX e se localiza próximo à Igreja São Francisco de Paula. A construção apresenta características do ecletismo, e se assemelha a um grande galpão. Suas salas se voltam tanto para o interior do pátio do mercado quanto para a praça da Rodoviária.
Seguindo antigas tradições, o lugar é ainda hoje ponto de encontro de parte da população, sendo também interessante para os visitantes, pois, além de mostrar a vida cotidiana da cidade, é um ótimo local para experimentar pratos típicos, como os famosos pastéis e o empadão goiano.

É hora de curtir preguiça!

Depois de dar uma voltinha pelo distrito de Santana era hora de ir curtir aquela preguiça no Balneário Santo Antônio e conhecer um pouco dos resquícios históricos da cidade de Goiás que fica ao longo da estrada e que nem são tão conhecidos.
O balneário fina na GO-070, 7 km em direção a Goiânia, onde entramos à direita e andamos por mais 5 km por uma estrada de terra.

Foto 15 – Igreja Nossa Senhora da Guia

Foto 16 – Muralha de pedras feita por escravos

A Igreja Nossa senhora da Guia está em um aglomerado urbano que fica separado dos dois distritos de Goiás, mas que pertence à mesma. Hoje só está separada fisicamente por conta de uma obra do tempo.
Talvez pelo fato de estar separada do centro histórico, aparentemente o IPHAN não se preocupou em resgatar a história desta igreja. Até os populares não souberam me responder muito sobre o passado desta Igreja. Resta a mim pesquisar sobre seu passado para tentar informar um pouco sobre a mesma.
Ao longo de toda cidade é possível se encontrar muralhas de pedras que insistem em permanecer de pé ao longo dos séculos. No período Colonial e Monárquico era comum os fazendeiros cercarem suas propriedades com muros de pedras utilizando a mão de obra escrava para empreender tal construção.
Ao longo dos séculos várias dessas muralhas desapareceram por que os populares começaram a retirar suas pedras para construir casas, porém, resistindo muito bem ao tempo, podemos perceber a perfeição da construção pelo trabalho escravo ao observar o encaixe das pedras que resistem sem nenhuma espécie de liga que unisse uma pedra a outra.

Foto 17 – Sede do Balneário, aos pés da Serra Dourada

O Balneário Santo Antônio é tudo de bom! Conta com uma ótima estrutura para quem quer comer bem e descansar. A natureza foi muito generosa com o local, além de estar aos pés da Serra Dourada ainda possível fazer uma bela trilha pelo Cerrado que ainda está bem conservado e mergulhar em piscinas naturais de água bem geladinha formadas junto as rochas negras da Serra Dourada. Sem contar com o belo parque aquático que foi construído recentemente. A entrada custa R$12,00 e o almoço custa R$12,99 por quilo.

Foto 18 – Parque Aquático

Foto 19 – Parte baixa do balneário

Sem contar com a arara que me arrancou muitas gargalhadas quando ela se irritou com o fio elétrico que encontrou pelo seu caminho

Foto 20 – Arara Canindé, sem convívio com a eletricidade

Depois de almoçar e curtir aquela preguiça que mostrei na foto 01 fui dar uma voltinha pela trilha que passa pelo Cerrado. Até Macaco Prego ainda tem por lá, sinal que o proprietário do balneário tem explorado economicamente o lugar de forma consciente! Parabéns a sua equipe!
E como ninguém é de ferro, ao final da trilha um mergulho para resfriar o calor.
Foto 21 – Passeio pelo Cerrado

Foto 22 – Córrego aos pés da Serra Dourada

Foto 23 – Piscina Natural

Ao final de uma tarde curtindo preguiça era hora de voltar ao hotel para tomar banho e jantar aquele empadão gigante que sou apreciador fanático, acompanhado de um detergente bem gelado (Coca-Cola) acompanhado com algumas rodelas de limão.
Depois disso, é lógico, apreciar a bela noite no Centro Histórico de Goiás.

Foto 24 – Casa do santeiro Veiga Vale

Foto 25 – Anoitecer da Cidade de Goiás

Foto 26 – Portão da Poetisa (estilo Betriz Barreto)

Foto 27 – Detergente Gelaaado (Coca-Cola)

Bem amigos, por enquanto é só, mas não percam o post do último dia de aventura na antiga capital. Além disso estou preparando um Slide-Show com as principais fotos da viagem e o prometido roteiro da cidade de Goiás.

Abraços e fiquem com Deus!
Elias Pinheiro