quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Final de Semana em Goiandira/GO – nova rota (com o “Trator de Chumbo”)


Olá amigos!
Mais uma vez obrigado pela compreensão em aguardar meu post... agora vou pagar minha dívida e postarei minhas viagens com o “Trator de Chumbo”!
Essa máquina “é tudo de bom”! (como diriam meus alunos)
Motor super macio, quase não vibra, tão silencioso que a 100 km/h você tem a impressão de ouvir apenas o barulho do vento passando por você. Parece um motor elétrico!
Além do mais é económico, tem uma boa potência e torque (21 cv a 7.500 rpm; 2,10 kgf.m a 6.500 rpm), uma grande autonomia (19,2 litros, ~29 Lt/km, autonomia: ~ 600km). Ah!!! É claro: ela já possui injeção eletrônica, catalizador e está adequada ao Promot 3. Sendo assim, estou fazendo minha parte pelo meio ambiente! (E você?)
Moto apresentada vamos a viagem!
Como eu tinha dito em outro post, anteriormente, a viagem entre Caldas Novas x Goiandira é a viagem que mais repito, afinal é lá que mora a patroa. Porém tive que mudar minha rota de viagem!
A antiga rota que eu fazia para Goiandira, pela GO 319, via Marzagão-Corumbaíba-Nova Aurora, está extremamente esburacada! Entre Corumbaíba e Nova aurora haviam trechos que mais pareciam asfalto em forma de rípio (ou seria rípio em forma de asfalto?).
Neste sentido prefiro rodar mais quilômetros em boas condições que poucos em péssimas condições!
A NOVA ROTA:
» GO213 - BR352 - 131km/90km/h em 01h39min.
» Caldas - Ipameri - 62km – via GO213
» Ipamerí - Catalão - 50km – via GO330
» +/- 114km x 2 = 228kms
» Lt 3,93 - R$10,21 x 2 = 7,86lts – R$20,42.

Como vocês já notaram, gosto de iniciar minhas viagens bem cedo! Gosto de assistir os primeiros raios solares! Gosto de viajar na estrada deserta! Gosto do silêncio da manhã para aproveitar a viagem e refletir. Nesta viagem (12/06/2009), peguei o trecho ás 06:50hs. A entrada da estrada, nesta rota, fica a apenas 300 metros da minha casa, e que acaba me rendendo uma econômia de tempo, ao contrário da rota antiga! (uns 5km dentro da cidade).
Entrei na GO 213, em direção a Ipameri, e me surpreendi com duas coisas: a) primeiro com a forte garoa que faz nesse trecho até umas 09:00hs e b) segundo pela sinuosidade da pista. A pista é tão sinuosa que fica praticamente impossível encontrar um lugar seguro para parar e fazer alguma fotografia para mostrar. Vou estudar um lugar para poder parar com segurança e mostrar isso para vocês! De qualquer forma é uma festa para aqueles que curtem “motosport”!
Para completar é uma região de “serras” e a combinação “garoa + sinuosidade + serras = acidentes”.
Imagino que vocês devem estar se perguntando se fiz bom negócio nesta troca de rotas.... bem, nesta pelo menos eu tenho condições de pilotagem, prefiro arcar com este risco desde que eu tenha estas condições em troca... o resto eu garanto na pilotagem!
Um sinal que uso para medir a periculosidade de uma estrada é a concentração de cruzes ao longo dela. Esta é uma manifestação/protesto comum diante a insegurança de nossas estradas, e aí algo me surpreendeu: a quantidade delas nesta primeira parte do trajeto é relativamente pequena, bem menor que a concentração da segunda parte que vou falar mais adiante!
Mas lógico, existem sim acidentes, como este que vi no caminho:

Foto 01: Acidente na GO213, próximo à Caldas Novas/GO

Eu não presenciei o acidente, mas posso pressupor diante as condições do local que o motorista pode ter pego no sono ao volante e desceu ribanceira a baixo (uns 15 metros), ou perdeu o controle na curva que antecede o local do acidente. Eu aposto mais na perca de controle, já que os “Guard-Rails” deste trecho estão, em quase sua totalidade, amassados de tantas batidas.
Mas incrivelmente não existem tantas cruzes por lá...
Outro registro interessante que pude flagrar foi um “Boi sem Cabeça”:

Foto 02: Boi sem cabeça na GO213, próximo a Caldas Novas/GO

Eu explico!
Como falei, nesta rota existem muitas curvas fechadas e todas muito concentradas, quando dou fé, ao final de uma destas curvas, tomo o maior susto: um boi enorme caído bem colado à pista e sem a cabeça!
Com certeza ele estava atravessando (sem capacete e sem olhar para os lados - risos) e teve a cabeça arrancada por algum veículo! Fiquei imaginando a violência de uma batida destas! E o susto do motorista?
Mas lógico, nem tudo neste caminho é tragédia! Também há “flores”!
Em torno de 16 km de Caldas Novas, em direção a Ipameri, há a ponte sobre o Rio Corumbá, com 280 metros de extensão. Um belo rio freqüentado por pescadores durante o ano inteiro!

Foto 03: Entrada da Ponte sobre o Rio Corumbá, na GO213

Foto 04: Ponte sobre o Rio Corumbá, na GO213 (280 metros)

Após 62 kms encerramos a primeira etapa da viagem, chegamos em Ipamerí às 07:38, após uma média de 90 km/h (100km/h no velocímetro equivale a 90km/h reais).
Creio que devem estar imaginando que ando devagar demais... afinal por que não jogar uns 9000 rpm na moto? Já que ela responde e ainda pede mais?
Bem, algo que minha mãe sempre me diz: “melhor perder um minuto na vida que a vida em um minuto”. Tenho consciência que as estradas brasileiras não são pistas próprias e feitas para apostar corrida, fazer melhor tempo e essas coisas... creio que o “boizinho” lá em cima aprendeu isso direitinho, pena que tarde de mais!
Mas em fim, se alguém não concordar comigo tudo bem, a amizade continua a mesma, porém não vou mudar de atitude, afinal ainda quero realizar muitas viagens antes de morrer! Quero morrer bem velhinho e com muitos quilômetros na bagagem!
Voltando a viagem; agora peguei a GO 330 (ou BR352, como também é identificada. É uma confusão que não tirei conclusão ainda) e iniciei a segunda etapa da viagem!
Este é um trecho de pistas retas, bem conservadas, mais planas e sem curvas fechadas e nem concentradas.

Foto 05: Encarando o frio na GO330 – saída de Ipamerí

Mas aqui tive uma outra surpresa, ao contrário do que se imagina, existem mais indicativos de perigo aqui que no trecho anterior: existem muitas cruzes aqui, fator indiciante de perigo!
Isso se encaixa com a pesquisa realizada pela DGT, quando afirma que 94% dos acidentes mortais com motociclistas ocorreram em pistas com boas condições e sem chuva!
Imagino que isso acontece por que o pessoal gosta de acelerar mais nestas condições, deve confundir nossas “maravilhosas” rodovias com as pistas de corrida... sei lá...
Foi justamente aqui que encontrei o maior número de cruzes, como neste lugar aqui:

Foto 06: 5 cruzes na GO330, próximo a Catalão/GO

Este acidente, em particular, teve uma grande repercussão na região: duas famílias foram passar o final de semana numa fazenda, mas as 2 esposas decidiram ir embora na frente com as crianças em um carro e os 2 maridos viriam atrás... elas se envolveram em uma acidente e as duas e todas as crianças morreram no carro. Segundo conta o povo, os maridos que vieram em seguida se depararam com o acidente e um deles ainda conversou com a esposa em vida.
Mais um motivo para meu excesso de cuidado.
Depois postarei aqui um manual de pilotagem segura que foi publicado pela revista “Motociclismo Magazine” de agosto/2009. Estes foram os 7,90 mais bem investidos na minha vida, me ajudou demais a corrigir alguns erros na minha pilotagem e melhorar a defensiva.
Mais uma coisa me surpreendeu neste trecho da viagem:

Foto 07: Lobo atropelado na GO330, próximo a Catalão/GO

A quantidade de animais silvestres atropelados!
Lobos, Tamanduás, Seriemas, Cobras de todos os tipos, Capivaras, Cotias, Tatus, Gambás, tanto bicho que se fosse para fotografar todos até agora eu estaria pelejando para chegar em Goiandira!
As vezes tenho a impressão que isso ocorre de propósito... devem haver motoristas que procuram atropelar os bichinhos de propósito, de maldade!
Cheguei a esta conclusão ao me deparar com um bichinho destes na minha frente enquanto viajava!
Um filhote de ema, do tamanho de uma galinha grande, estava no meio da pista meio perdido, desviei e ele se encolheu todinho bem no meio do asfalto de medo.
Jamais conseguiria continuar a viagem sem fazer nada por ele! Dei a volta, fui até ele e fui espantando ele até sair da pista! Vai que ele se depara com um motorista sem consciência... Pelo menos aquele eu consegui salvar! Mais adiante, uns 800 metros vi um bando de Emas adultas... deve ser o bando dele... espero que tenham se encontrado!
Ah, fico devendo esta fotografia também... não conseguiria flagra-los pois até parar a moto, descer, abrir o bauleto, tirar o case da câmera, montar o equipamento, eles já estariam a quilômetros de mim! Mas era um bando grande, muito bonito!
O terreno deste caminho é plano e existem belas paisagens que mostram a beleza do cerrado goiano:

Foto 08: Cerrado Goiano, visto na GO330, entre Catalão e Ipamerí

Depois de 50 km existe um entroncamento da BR352 com a GO305, que conduz à Goiandira

Foto 09: Entroncamento entre a GO330 e a GO305, interligando Goiandira, Catalão e Ipameri

Agora são apenas 15km de Goiandira! Uma estrada calma que é difícil se encontrar com outro veículo até lá! Inclusive é a menor estrada que conheço, se inicia em um entroncamento e após 15200 metros morre em outro entroncamento!
Concluído este trecho, às 08:29, vencidos 120 km, pronto! Meu descanço merecido!
E vocês? Ah, podem ficar com mais um pouco de fotografias. Até a próxima!

Foto 10: Trator de Chumbo próximo ao entroncamento da GO330 e a GO305

Foto 11: Na ponte sobre o Rio Corumbá - GO213

Foto 12: GO305, a menor estrada que conheço (15200 metros)

Foto 13: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 14: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 15: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 16: Cerrado Goiano na GO305, próximo à Goiandira/GO

Foto 17: Trator de Chumbo, em Goiandira, depois de vencer a estrada.

domingo, 9 de agosto de 2009

1º Encontro Nacional de Motociclistas - 06 e 07/jun/2009 - Caldas Novas/GO

Olá amigos! Obrigado por sua visita!
Creio que todos souberam deste grande encontro de motociclistas na cidade das águas quentes!
Como eu fui lá resolví postar algumas fotos aqui para dar uma noção do que aconteceu lá!
Mas lógico, vou deixar minhas considerações sobre o evento:
1 - A organização foi boa, e o evento contou com boa segurança e uma bela extrutura.
2 - A entrada era isolada, franca para motociclistas com máquinas superiores à 450cc, R$ 10,00 para o restante!
3 - Tinha uma pista pra molecada de Biz, Titan e afins fazerem graça e outra pista para os expositores mostrarem manobras com suas motos.
4 - Tinha alguns stands de equipamentos, acessórios e bugingangas pra as motos, além dos Stands de algumas marcas... Graças a Deus nada de Honda nem de Dafra! (risos)
5 - O primeiro pecado foi a praça de alimentação, pois deveria haver mais opções... mas tudo bem, motos tinham demais, isso é o que importa
6 - O segundo pecado foi cometido pelo público, eu esperava motociclistas de verdade, educados, gente família, motocicistas por estilo de vida! Mas no primeiro dia deu muito playboyzinho metido com aquelas nakeds fazendo barulho pra chamar atenção de mulher fácil!
7 - O segundo dia foi melhor, parece que os boyzinhos já "vazaram", ficou um pessoal mais legal, mais adulto, de família. Até fiz umas amizades!
8 - No primeiro dia foi dominado por Nakeds e Esportivas médias... No segundo já haviam mais Custom (Virago, Drag Star, Shadon...), Big Trail (V-Strom, Varadeiro), Umas Off (XT em peso e outras compatíveis) tinha umas Burgman, GoldWing e umas poucas Naked e Esportivas, mas de um pessoal mais seleto, tranquilos...

Bem, algumas fotos (não fotografei muito... conversei bastante com o pessoal)

Foto 01: Sentado naquela que é o sonho de consumo de qualquer um (Shadow 750cc)

Foto 02: Suzuki Boulevard C1500

Foto 03: Suzuki Intruder 125cc. Prova de que não é preciso muito para ter estilo

Foto 04: Mitológica Yamaha Viraguo 250cc (Viraguinho)

Foto 05: Honda GoldWing 1800cc. Nada que R$ 120.000,00 não compre

sábado, 8 de agosto de 2009

Tributo à Gata Guerreira #04 - Caldas Novas x Três Ranchos (14/07/08) – passeio de final de semana


Olá amigos!
Estamos chegando ao ultimo post da saga da “Gata Guerreira”.
É lógico que estas 4 viagens não representam nem 10% de todas as muitas que fiz com aquela guerreira, mas servem para ilustrar um pouco da minha história com o motociclismo.
Inicialmente esta viagem seria mais uma das inúmeras que fiz até Goiandira para visitar minha namorada na época, mas desta vez planejamos passar um dia em Três Ranchos.
Três Ranchos é um lugar paradisíaco, muito apreciado por turistas durante o Carnaval e feriados prolongados. Suas águas foram formadas a partir do represamento para a usina elétrica. O resultado foi esse belíssimo lago cercado de condomínios e casas de luxo que mobilizam a economia local.

Foto 01: Panorâmica da cidade de Catalão/GO

Quando cheguei em Goiandira (114 km de Caldas Novas) fui dormir cedo, afinal o nosso sábado prometia! Quando amanheceu tomamos o café e partimos em direção de Catalão ( 16 km). Em Catalão paramos para fazer algumas fotos e pegamos a GO 330 em direção a Ouvidor (14 km) e depois Três Ranchos (15 km).
Após viajar até lá fomos fazer um "rolezinho" de moto, dá pra acreditar? Só nós mesmos para não desgrudar da moto... acho que é capaz da Silvana estar gostando de moto também... será que se contagiou com o vírus do motociclismo? (risos)
Foi um dia maravilhoso, de descanso, de clarear as idéias, namorar um pouquinho, tudo de bom!
Agora um pouquinho de Três ranchos para lhes dar uma vontade de ir também!
Nos encontramos na próxima aventura, e agora, com o “Trator de Chumbo”.
Fiquem com Deus e até a próxima!

Foto 02: Contador da Gata Guerreira, virando para os 40.000 kms



Foto 03: Panorâmica de Três Ranchos/GO - Próximo ao Lago

Foto 06: Panorâmica de Três Ranchos/GO - Do mirante do Cristo Redentor

Foto 07: Panorâmica de Três Ranchos/GO - Do mirante do Cristo Redentor

Foto 08: Panorâmica de Três Ranchos/GO - Próximo ao Lago



Foto 10: Coco da Bahia

Foto 11: Coqueiro da Bahia

Foto 12: Á beira do Lago de Três Ranchos/GO

Foto 13: Bar e Lanchonete em Três Ranchos/GO - Á beira do Lago

Tributo à Gata Guerreira #03 - Caldas Novas x Trindade x Palminópolis (06/07/08) – romaria católica à basílica de Trindade/GO


¡Holla amigos! Como están?
¡Bienvenidos una vez más a mi sitio!
Hoy voy compartir mí mayor aventura por las carreteras de Goiás.
Ao contrário do que acontecia em todas as minhas viagens, esta viagem não foi programada e planejada por mim, mas pela minha namorada!
Todas as viagens que faço sempre programo tudo antes com o Guia Rodoviário Quatro Rodas: paradas, abastecimento, pedágio, tempo de viagem, tempo para refeições e descanço, velocidade, tudo programado!
Nesta eu saí sem ter idéia da distância, onde abastecer... nada! Foi tudo de improviso! Até nossa ida à Palminópolis foi uma surpresa... Mas já que ela se propôs a embarcar sobre duas rodas comigo... aceitei logo antes que ela tivesse tempo de pensar melhor.... e acabasse desistindo (risos).
O que mais me surpreendeu é que a Silvana (a namorada que tinha na época) sempre teve muito medo de moto, nunca imaginei um convite desses da boca dela!
No mês de julho, de todos os anos, há uma tradicional romaria à Basílica de Trindade/GO, onde chegam a se reunir milhares e milhares de fiéis durante as celebrações, e eu, na qualidade de historiador da religião, aprendiz de fotógrafo e amante das viagens de moto não queria perder essa oportunidade.
A família da Silvana sempre vai nesta celebração, mas desta vez havia um integrante a mais no carro para esta peregrinação, então ela pensou: “porque não ir de moto”?
Detalhe: isso a 2 dias da partida...



Quando ela me convidou e aceitei sem pensar! (motociclista que é motociclista não recua diante nenhuma oportunidade dessas)
Saí de Caldas Novas para Goiandira dia 04 de julho/2008 (114 km), no dia anterior a partida, para me juntar aos demais “peregrinos” e sair de lá no dia seguinte, 05 de julho, pelas 05:30 da manhã, afinal seriam dois passageiros contra 290 km numa titanzinha 125cc. Seriam 263 kms seguidos até Goiânia e mais 27 kms até Trindade.
Como não tinha espaço na moto, nossa bagagem foi no carro da família dela e conosco apenas a bolsa dela (mulher não vive sem bolsa) e dentro da bolsa dela a única coisa que levei foi um “spray de reparo instantâneo”, afinal nossas estradas são muito boas!
Conforme o imaginado, saímos de Goiandira cedinho. Partimos pela GO 330 em direção a Pires do Rio, com 12 litros de gasolina no tanque. Isso geraria uma autonomia de 300 km se eu estivesse sozinho, mas com dois passageiros o resultado seria uma surpresa!
Partimos e mantivemos a média variante de 85-100 km/h, de acordo com o que a Gata Guerreira conseguia nos proporcionar.
Às 07:30, aproximadamente, fizemos uma parada aos 124 km, em Pires do Rio, para um café em família na estrada. O carro da família já estava nos esperando.
Com a barriga abastecida pegamos estrada e fomos enfrentar a segunda etapa da viagem. Optei por não abastecer lá por que com o tanque mais vazio teríamos algum ganho em relação ao peso.
De Pires do Rio entramos na BR 352, seriam mais 145 km em direção a Goiânia. Neste trecho há muitas subidas e a “titanzinha” teve que brigar um pouco mais para vencer essa etapa da viagem, mas dentro das limitações, conseguimos manter a média variável entre os 70-90 km/h, uns poucos picos de 110 km/h.
Antes de avistarmos Goiânia, a "Gata Guerreira" já dava o alerta de estarmos na reserva. Eu não falei nada para a Silvana por que não queria deixa-la com medo do meu erro de cálculos. Engano meu... ela não é boba nem nada e estava de olho nos medidores da moto, já tinha percebido a situação, mas não tinha dito nada para mim... (risos)
Vencidos os 263 kms estávamos em Goiânia! Fizemos visitas aos familiares da Silvana, e após forrarmos o estomago com um belo almoço e fazermos um “quilo” (como os goianos chamam aquele descanso depois do almoço) abastecemos a "Gata Guerreira" até a tampa, troquei o óleo e agora enfrentaríamos o menor trajeto, porém na minha opinião, o mais perigoso de todos, pois estes 27 kms restantes (Estrada dos Romeiros) nesta época é muito tumultuada de veículos por conta da peregrinação.
Sim. Na GO 060, Rodovia dos Romeiros passamos por alguns acidentes, tirei fino de um carro que não viu meu sinal de mudança de faixa, muita lentidão no trânsito, muita fumaça de gasolina, mas vencemos.
Nesse trajeto passaram por nós um clã com 5 V-Storms; foi muito legal ouvir o som do motor daquelas máquinas que não conhecia até então. Me apaixonei por elas. No dia que eu tiver uns R$ 43.000,00 sobrando no porquinho, quebro ele para poder ter uma dessas!
Chegamos em Trindade quase às 18:00, vencemos quase 300 kms suados e cansativos!
Na data de nossa viagem as celebrações já estavam nos últimos dias, uma vez que se iniciaram no início da semana. Nesta peregrinação existe a tradição de se abrirem as atividades com o desfile dos “carros de boi”; uma tradição que só vim conhecer em Goiás!

Foto 02: Missa dos Romeiros diánte a Basílica de Trindade

Foto 03: Multidão de fiéis, durante a missa

Foto 04: Multidão de fiéis, durante a missa

Foto 05: Multidão de fiéis, durante a missa

Foi muito bom contemplar aquela manifestação religiosa com meus próprios olhos, também fiquei impactado com o contraste da fé com a pobreza da mendicância.
Não pude deixar de perceber que dentro daquela multidão tão grande, envolvida nesta celebração, existiam algumas pessoas tentavam aproveitar dessa manifestação religiosa para mendigar. Fiquei triste ao perceber que dentre elas haviam algumas que usavam crianças para sensibilizar a multidão.
Por favor, não interpretem que estou julgando, e muito menos generalizando todas elas! Creio fielmente que existiam lá aqueles que realmente necessitavam e que realmente careciam de ajuda, mas usar crianças para isso já acho repugnante! Lugar de criança é na escola, é se preparando para um futuro melhor!

Foto 06: Uma senhora pedindo entre a multidão de fiéis

Foto 07: Uma coluna de pedintes, próximos à Basílica. Notem a presençade crianças

Em fim, perdoem minha opinião pessoal, vamos voltar à nossa viagem...
Ao final da Romaria eles (a família da Silvana) cogitaram estender a viagem até Palminópolis, pois haviam anos que eles não iam visitar a “tia Tarcila”!
Mais 110 km de estrada? Mais cidades para conhecer? Na companhia da patroa? Imaginem se gostei da idéia... (risos)
De Trindade continuamos na GO 060 por 85 km em direção à Turvânia e depois mais 25 km até Palminópolis. Foi uma viagem tranqüila por uma estrada bem conservada e não muito utilizada.
Quando chegamos me encantei com a cidade! Tranqüila, aparentemente de valores tradicionais, em torno de 5.000 habitantes, onde todo mundo conhece todo mundo. Para mim, que gosto de tranqüilidade, é um bom lugar para descansar, passar as férias. Pelas fotos é fácil de entender o que estou falando. Foi a parte da viagem que mais gostei! E olha que estava totalmente desprogramado!
Quando chegamos, a tia Tarsila não estava, tinha saído com as colegas da terceira idade. Ficamos fazendo hora pela cidade e quando a Silvana estava “assaltando” a lata de biscoitos imaginem quem apareceu? (risos)
A Silvana ficou vermelhinha de vergonha quando foi pega com a mão no crime... perecia cena de filme infantil, da criança roubando os biscoitos proibidos!
Foi uma risada sem fim... Foram 2 dias inesquecíveis naquele lugar que convidava para um dia a mais... Demos muitas gargalhadas com o “Loro” que cantava “Fuscão Preto”, nos deliciamos com a bela comida caseira goiana da tia Tarsila.

Foto 08: Flôr de Carambola - Palminópolis/GO

Foto 09: Pitanga - Palminópolis/GO

Foto 10: Carambolas - Palminópolis/GO

Foto 11: Flôr - Palminópolis/GO

Foto 12: Pimenta Malagueta - Palminópolis/GO

Foto 13: Jaboticabas - Palminópolis/GO

Estava tudo perfeito, mas nem tudo são flores, tínhamos que partir pois meus compromissos profissionais já chamavam!
Saímos tarde, pois já eram 14:00 e queria chegar em Caldas antes do anoitecer! Seriam mais 250 km de estradas cheias de ondulações na brava “Gata Guerreira”!
Desta vez estaríamos sozinhos, pois nós voltaríamos para casa e a família da Silvana voltaria para Goiânia.
Pegamos o trecho e rodamos bem por 50 km até Indiara onde nos perdemos e andei 18 km na direção errada (BR 060) em direção à Rio Verde.
Perdemos quase meia hora nisso e depois de voltar à estrada correta fizemos mais 26 km até Edeialina, onde fizemos uma parada para uma água geladinha, afinal não somos máquinas!
Por falar em máquina, a “titanzinha” estava se aproximando da reserva, mas optei por abastecer em Pontalina, para viajarmos mais leves...
Após o merecido descanço para esticar as pernas, fizemos mais 62 km até Pontalina, paramos apenas para abastecer a “verdinha”, ir ao banheiro, e novamente estávamos na estrada!
Ao pegar a BR 153, faríamos mais 56 km de estrada não muito boa até Morrinhos. Lá chegando paramos para fazer algumas fotografias, mas logo partimos, já era 17:30 e estava escurecendo!
Fizemos mais 56 km pela GO 213 e chegamos em Caldas nos últimos raios solares! Bem na hora! De moto prefiro não viajar a noite pois a espaço iluminado pelo farol da moto é insuficiente para parar, caso seja necessário!
Em casa, após uma noite bem dormida, podemos recuperar as energias.
Às 06:00 da manhã do dia seguinte, quando a família da Silvana já tinha chegado em casa, enfrentamos mais 114 km até Goiandira; afinal minha fiel companheira precisava se aconchegar na sua caminha!
Retornando sozinho para casa, somei mais 114 km, totalizando 989 km à maior aventura da minha vida, pelo menos até agora! E sim, numa Titãn KS/2001!!!!
Prova de que o que faz um motociclista não sua moto, mas sim seu espírito aventureiro!
Agora vamos a algumas fotos?

Foto 14: Lago de Palminópolis/GO

Foto 15: Lago de Palminópolis/GO


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Tributo à Gata Guerreira #02 - Caldas Novas x Goiandira (02/12/07) – visita para minha namorada



Esta foi a viagem mais refiz até hoje! Na época tinha uma namorada que morava em Goiandira e foi aí que comecei a acumular quilometragem em meu currículo.
Eram 114 km de distância (depois eu apresento ela). Depois ela começou a gostar do motociclismo também e se tornou minha companheira de projetos, inclusive foi comigo na maior de todas (que vou postar depois), aliás, o projeto foi dela!
Estes quilômetros sempre gostei de fazer bem cedo, sempre saí pelas 05:30, 05:45 da manhã, por conta da calmaria, já que todos estão dormindo enquanto viajo.

Foto 01: Nascer do Sol, na saída de Caldas Novas/GO

Foi neste trajeto pude conhecer a beleza do cerrado goiano.

Foto 02: Panorâmica do "Cerrado Goiano", entre Corumbaíba e Nova Aurora/GO

Uma coisa que sempre leio em relatos de outros viajantes que passam por Goiás é que a paisagem do cerrado é monótona e sem vida... me perdoem, mas essa é uma idéia que não concordo!
Já morei em muitos lugares do Brasil, morei em áreas que se estendem da Floresta Amazônica até a Mata de Araucárias e posso afirmar: o cerrado é belo e cheio de vida!
É impressionante como essa vegetação é tão adaptada à uma região seca, pedregosa e tão quente. A vegetação do cerrado desenvolveu muitos mecanismos de defesa contra essas adversidades que me causam a impressão de serem “vegetais guerreiros” que insistem em sobreviver nesse terreno inóspito!
Querem confirmar o que digo? Então confirmem com seus próprios olhos em meu álbum digital, é impressionante a cor de suas flores. Acesse meu album no Multiply.com

Foto 03: Panorâmica do "Cerrado Goiano", entre Nova Aurora e Goiandira/GO

Neste trajeto descobrí mais uma coisa: “o homem ainda não conseguiu ganhar o troféu da exterminação da fauna do cerrado”!
Neste trajeto sempre encontrei emas, lobos, siriemas e corujas. Sinal que eles ainda existem!
Hoje, para ir para Goiandira não uso mais esse trajeto por conta dos buracos na estrada. Hoje vou por Ipameri (que aparece á direita de Caldas no mapa). Por lá o asfalto está um tapete! Muito bom mesmo!
Mas, voltando a nossa viagem, a pista é relativamente boa de Caldas até Corumbaíba (foi lá que levei o meu segundo tombo, que já postei aqui, lembram?). Ao se passar de Corumbaíba que os problemas começam! Pense numa buraqueira... Tem trechos que parece que você está pilotando uma britadeira de tanto que a moto pula! Depois fui entender por que não via clãs de motociclistas trafegando por aquelas bandas, ao contrário do que ocorre com meu novo trajeto.
Vencido o rípio deste asfalto mal conservado chegamos em Goiandira !
Foto 04: Pista na saída de Caldas Novas/GO

Ah, não posso esquecer de contar que na volta desta viagem aconteceu algo inusitado, estava regressando para Caldas Novas e ao meu encontro vinha um Fusca com vários barris de plástico azul amarrados em seu teto, quando de repente um destes barris se solta lá de cima e sai rolando no meio do asfalto! No susto pisei a bota no freio que a moto saiu fritando pneu de lado que nem um “cangrejo” (caranguejo, em português).
Minha sorte que antes de chegar nele, ele rolou para fora da pista, o detalhe é que eu estava a 100 km/h. Graças a Deus nada aconteceu! Pena que não tinha como fotografar isso...
Ah por falar em fotografias... creio que vocês querem ver meus registros não é mesmo?
Vamos lá...

Foto 05: Igreja Sagrado Coração de Jesus - Goiandira/GO

Foto 06: Palmeira Real - Goiandira/GO

Foto 07: Estrada de Ferro - Goiandira/GO

Foto 08: Trem à Dieesel - Goiandira/GO

Foto 09: Prefeitura de Goiandira/GO

Foto 10: Por do Sol - Goiandira/GO

Foto 11: Voltando para Casa - Goiandira/GO

Foto 12: Ponte sobre o Rio Corumbá

Foto 13: Pescadores no Rio Corumbá

Foto 14: Saída de Corumbaíba/GO

Foto 15: Saída de Corumbaíba/GO

Foto 15: Saída de Corumbaíba/GO