quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Final de Semana em Goiandira/GO – nova rota (com o “Trator de Chumbo”)


Olá amigos!
Mais uma vez obrigado pela compreensão em aguardar meu post... agora vou pagar minha dívida e postarei minhas viagens com o “Trator de Chumbo”!
Essa máquina “é tudo de bom”! (como diriam meus alunos)
Motor super macio, quase não vibra, tão silencioso que a 100 km/h você tem a impressão de ouvir apenas o barulho do vento passando por você. Parece um motor elétrico!
Além do mais é económico, tem uma boa potência e torque (21 cv a 7.500 rpm; 2,10 kgf.m a 6.500 rpm), uma grande autonomia (19,2 litros, ~29 Lt/km, autonomia: ~ 600km). Ah!!! É claro: ela já possui injeção eletrônica, catalizador e está adequada ao Promot 3. Sendo assim, estou fazendo minha parte pelo meio ambiente! (E você?)
Moto apresentada vamos a viagem!
Como eu tinha dito em outro post, anteriormente, a viagem entre Caldas Novas x Goiandira é a viagem que mais repito, afinal é lá que mora a patroa. Porém tive que mudar minha rota de viagem!
A antiga rota que eu fazia para Goiandira, pela GO 319, via Marzagão-Corumbaíba-Nova Aurora, está extremamente esburacada! Entre Corumbaíba e Nova aurora haviam trechos que mais pareciam asfalto em forma de rípio (ou seria rípio em forma de asfalto?).
Neste sentido prefiro rodar mais quilômetros em boas condições que poucos em péssimas condições!
A NOVA ROTA:
» GO213 - BR352 - 131km/90km/h em 01h39min.
» Caldas - Ipameri - 62km – via GO213
» Ipamerí - Catalão - 50km – via GO330
» +/- 114km x 2 = 228kms
» Lt 3,93 - R$10,21 x 2 = 7,86lts – R$20,42.

Como vocês já notaram, gosto de iniciar minhas viagens bem cedo! Gosto de assistir os primeiros raios solares! Gosto de viajar na estrada deserta! Gosto do silêncio da manhã para aproveitar a viagem e refletir. Nesta viagem (12/06/2009), peguei o trecho ás 06:50hs. A entrada da estrada, nesta rota, fica a apenas 300 metros da minha casa, e que acaba me rendendo uma econômia de tempo, ao contrário da rota antiga! (uns 5km dentro da cidade).
Entrei na GO 213, em direção a Ipameri, e me surpreendi com duas coisas: a) primeiro com a forte garoa que faz nesse trecho até umas 09:00hs e b) segundo pela sinuosidade da pista. A pista é tão sinuosa que fica praticamente impossível encontrar um lugar seguro para parar e fazer alguma fotografia para mostrar. Vou estudar um lugar para poder parar com segurança e mostrar isso para vocês! De qualquer forma é uma festa para aqueles que curtem “motosport”!
Para completar é uma região de “serras” e a combinação “garoa + sinuosidade + serras = acidentes”.
Imagino que vocês devem estar se perguntando se fiz bom negócio nesta troca de rotas.... bem, nesta pelo menos eu tenho condições de pilotagem, prefiro arcar com este risco desde que eu tenha estas condições em troca... o resto eu garanto na pilotagem!
Um sinal que uso para medir a periculosidade de uma estrada é a concentração de cruzes ao longo dela. Esta é uma manifestação/protesto comum diante a insegurança de nossas estradas, e aí algo me surpreendeu: a quantidade delas nesta primeira parte do trajeto é relativamente pequena, bem menor que a concentração da segunda parte que vou falar mais adiante!
Mas lógico, existem sim acidentes, como este que vi no caminho:

Foto 01: Acidente na GO213, próximo à Caldas Novas/GO

Eu não presenciei o acidente, mas posso pressupor diante as condições do local que o motorista pode ter pego no sono ao volante e desceu ribanceira a baixo (uns 15 metros), ou perdeu o controle na curva que antecede o local do acidente. Eu aposto mais na perca de controle, já que os “Guard-Rails” deste trecho estão, em quase sua totalidade, amassados de tantas batidas.
Mas incrivelmente não existem tantas cruzes por lá...
Outro registro interessante que pude flagrar foi um “Boi sem Cabeça”:

Foto 02: Boi sem cabeça na GO213, próximo a Caldas Novas/GO

Eu explico!
Como falei, nesta rota existem muitas curvas fechadas e todas muito concentradas, quando dou fé, ao final de uma destas curvas, tomo o maior susto: um boi enorme caído bem colado à pista e sem a cabeça!
Com certeza ele estava atravessando (sem capacete e sem olhar para os lados - risos) e teve a cabeça arrancada por algum veículo! Fiquei imaginando a violência de uma batida destas! E o susto do motorista?
Mas lógico, nem tudo neste caminho é tragédia! Também há “flores”!
Em torno de 16 km de Caldas Novas, em direção a Ipameri, há a ponte sobre o Rio Corumbá, com 280 metros de extensão. Um belo rio freqüentado por pescadores durante o ano inteiro!

Foto 03: Entrada da Ponte sobre o Rio Corumbá, na GO213

Foto 04: Ponte sobre o Rio Corumbá, na GO213 (280 metros)

Após 62 kms encerramos a primeira etapa da viagem, chegamos em Ipamerí às 07:38, após uma média de 90 km/h (100km/h no velocímetro equivale a 90km/h reais).
Creio que devem estar imaginando que ando devagar demais... afinal por que não jogar uns 9000 rpm na moto? Já que ela responde e ainda pede mais?
Bem, algo que minha mãe sempre me diz: “melhor perder um minuto na vida que a vida em um minuto”. Tenho consciência que as estradas brasileiras não são pistas próprias e feitas para apostar corrida, fazer melhor tempo e essas coisas... creio que o “boizinho” lá em cima aprendeu isso direitinho, pena que tarde de mais!
Mas em fim, se alguém não concordar comigo tudo bem, a amizade continua a mesma, porém não vou mudar de atitude, afinal ainda quero realizar muitas viagens antes de morrer! Quero morrer bem velhinho e com muitos quilômetros na bagagem!
Voltando a viagem; agora peguei a GO 330 (ou BR352, como também é identificada. É uma confusão que não tirei conclusão ainda) e iniciei a segunda etapa da viagem!
Este é um trecho de pistas retas, bem conservadas, mais planas e sem curvas fechadas e nem concentradas.

Foto 05: Encarando o frio na GO330 – saída de Ipamerí

Mas aqui tive uma outra surpresa, ao contrário do que se imagina, existem mais indicativos de perigo aqui que no trecho anterior: existem muitas cruzes aqui, fator indiciante de perigo!
Isso se encaixa com a pesquisa realizada pela DGT, quando afirma que 94% dos acidentes mortais com motociclistas ocorreram em pistas com boas condições e sem chuva!
Imagino que isso acontece por que o pessoal gosta de acelerar mais nestas condições, deve confundir nossas “maravilhosas” rodovias com as pistas de corrida... sei lá...
Foi justamente aqui que encontrei o maior número de cruzes, como neste lugar aqui:

Foto 06: 5 cruzes na GO330, próximo a Catalão/GO

Este acidente, em particular, teve uma grande repercussão na região: duas famílias foram passar o final de semana numa fazenda, mas as 2 esposas decidiram ir embora na frente com as crianças em um carro e os 2 maridos viriam atrás... elas se envolveram em uma acidente e as duas e todas as crianças morreram no carro. Segundo conta o povo, os maridos que vieram em seguida se depararam com o acidente e um deles ainda conversou com a esposa em vida.
Mais um motivo para meu excesso de cuidado.
Depois postarei aqui um manual de pilotagem segura que foi publicado pela revista “Motociclismo Magazine” de agosto/2009. Estes foram os 7,90 mais bem investidos na minha vida, me ajudou demais a corrigir alguns erros na minha pilotagem e melhorar a defensiva.
Mais uma coisa me surpreendeu neste trecho da viagem:

Foto 07: Lobo atropelado na GO330, próximo a Catalão/GO

A quantidade de animais silvestres atropelados!
Lobos, Tamanduás, Seriemas, Cobras de todos os tipos, Capivaras, Cotias, Tatus, Gambás, tanto bicho que se fosse para fotografar todos até agora eu estaria pelejando para chegar em Goiandira!
As vezes tenho a impressão que isso ocorre de propósito... devem haver motoristas que procuram atropelar os bichinhos de propósito, de maldade!
Cheguei a esta conclusão ao me deparar com um bichinho destes na minha frente enquanto viajava!
Um filhote de ema, do tamanho de uma galinha grande, estava no meio da pista meio perdido, desviei e ele se encolheu todinho bem no meio do asfalto de medo.
Jamais conseguiria continuar a viagem sem fazer nada por ele! Dei a volta, fui até ele e fui espantando ele até sair da pista! Vai que ele se depara com um motorista sem consciência... Pelo menos aquele eu consegui salvar! Mais adiante, uns 800 metros vi um bando de Emas adultas... deve ser o bando dele... espero que tenham se encontrado!
Ah, fico devendo esta fotografia também... não conseguiria flagra-los pois até parar a moto, descer, abrir o bauleto, tirar o case da câmera, montar o equipamento, eles já estariam a quilômetros de mim! Mas era um bando grande, muito bonito!
O terreno deste caminho é plano e existem belas paisagens que mostram a beleza do cerrado goiano:

Foto 08: Cerrado Goiano, visto na GO330, entre Catalão e Ipamerí

Depois de 50 km existe um entroncamento da BR352 com a GO305, que conduz à Goiandira

Foto 09: Entroncamento entre a GO330 e a GO305, interligando Goiandira, Catalão e Ipameri

Agora são apenas 15km de Goiandira! Uma estrada calma que é difícil se encontrar com outro veículo até lá! Inclusive é a menor estrada que conheço, se inicia em um entroncamento e após 15200 metros morre em outro entroncamento!
Concluído este trecho, às 08:29, vencidos 120 km, pronto! Meu descanço merecido!
E vocês? Ah, podem ficar com mais um pouco de fotografias. Até a próxima!

Foto 10: Trator de Chumbo próximo ao entroncamento da GO330 e a GO305

Foto 11: Na ponte sobre o Rio Corumbá - GO213

Foto 12: GO305, a menor estrada que conheço (15200 metros)

Foto 13: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 14: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 15: Na GO305, admirando o cerrado goiano, próximo à Goiandira/GO

Foto 16: Cerrado Goiano na GO305, próximo à Goiandira/GO

Foto 17: Trator de Chumbo, em Goiandira, depois de vencer a estrada.

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